quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Roteiros de Saúde Materno-Infantil para Imigrantes

Roteiros de Saúde Materno-Infantil para Imigrantes
Arrancam entre 19 e 31 de Janeiro de 2009
«Por uma sociedade mais justa e saudável»
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Inter-Cultural (ACIDI) , irão levar a cabo, de 19 a 31 de Janeiro 2009, um roteiro de saúde materno-infantil para imigrantes que visa promover:
§ a equidade no acesso;
§ a importância do acompanhamento das grávidas e do desenvolvimento das crianças;
§ a utilização adequada dos recursos: a racionalidade do uso aos serviços de saúde materno-infantil por parte dos imigrantes.
Para levar a cabo as estratégias em promoção da saúde tornam-se fundamentais as parcerias que incluem diferentes actores sociais, desde as organizações do sector público e privado às organizações não governamentais, de solidariedade social, passando pelas associações civis, religiosas, de acção social e outros sectores da sociedade, contando com o envolvimento dos cidadãos em todo o processo.
Neste sentido o novo Roteiro de Saúde irá apresentar um vasto leque de actividades, contribuindo para promover uma sociedade mais justa e saudável junto da população imigrante.
Entre algumas das acções, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com os seus parceiros vão desenvolver algumas actividades de divulgação, imprescindíveis à implementação e ao bom desenvolvimento de todo o processo.
Assim, neste sentido, juntamos a apresentação institucional, para a qual solicitamos o seu melhor apoio e da sua instituição no sentido de a disponibilizar, seja através de plasma (Tv, data show) que possa ter nos seus serviços, e/ou através de cópias desta apresentação, para acesso rápido dos seu público à sua leitura e compreensão dos conteúdos, e/ou através da inserção no seu site e a divulgação do roteiro através das formas que considerar oportunas.
Em breve vos faremos chegar os folhetos de divulgação institucional e os folhetos informativos em várias línguas.
Enquadramento
De acordo com os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, residem no Distrito de Lisboa cerca de 450.000 imigrantes, dos quais, aproximadamente 15%, são crianças dos 0-15 anos. Sabemos ainda, que a taxa de natalidade da população imigrante é de 53,45 (bastante superior à da população portuguesa, cifrada em 20,25), num índice de fecundidade que atinge 2,38 (significativamente superior ao da população portuguesa, segundo os dados do censo de 2001, que os fixava em 1,42).
Esta realidade tem vindo a confirmar o contributo significativo da população imigrante para o equilíbrio demográfico português. Contudo, importa descobrir aquilo que os números não revelam imediatamente, no que concerne às necessidades de saúde das grávidas e das crianças no contexto das famílias imigrantes.
São reconhecidas as dificuldades no acesso aos serviços de saúde no nosso país por parte das populações imigrantes (Machado, 2006; Fonseca e outros, 2007), quer por razões que se prendem com os aspectos legais e financeiros, quer por razões associadas à capacidade dos imigrantes poderem deles usufruir. Neste sentido, a equidade na acessibilidade aos serviços de saúde não fica apenas dependente de factores legais, mas também das capacidades individuais e das práticas socioculturais dos imigrantes.
O acompanhamento e vigilância de saúde da população imigrante (por parte do médico de família no contexto de cuidados de saúde primários) são inferiores em relação à população nacional. Constata-se que, os imigrantes tendem a utilizar os serviços de saúde de forma fragmentada, episódica e orientada para a crise, privilegiando o recurso aos serviços de urgência hospitalar. O ideal seria que recorressem aos serviços de saúde em ambulatório de cariz preventivo visando a promoção da saúde[1].
Descrição dos Roteiros de Saúde
Os roteiros de saúde constituem um conjunto de acções desenvolvidas numa determinada unidade territorial (bairro, conjunto de freguesias…), que visam activar a rede de parceiros locais na resolução das necessidades de saúde identificadas.
Por apresentarem uma base territorial e por serem de iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, os roteiros de saúde tendem a se realizar em zonas da Cidade de Lisboa de referência na intervenção da SCML, e são dirigidos a grupos populacionais em situação de desfavorecimento social, com baixo nível socioeconómico e com dificuldades no acesso aos recursos de saúde.
Cada roteiro de saúde desenvolve-se em torno de um tema específico de promoção da saúde e protecção da doença. Numa primeira abordagem é sempre privilegiado o tema da acessibilidade e equidade em saúde, de forma a dar a conhecer melhor os recursos de saúde disponíveis e promover a proximidade e acessibilidade da população aos recursos de saúde disponíveis.
Podemos destacar entre vários alguns dos benefícios da criação e implementação dos roteiros de saúde com os vários parceiros:
Um enorme potencial deste tipo de programas quer a nível da mobilização intersectorial dos parceiros quer a nível da participação da população para quem se dirige o roteiro de saúde.
Adaptação das entidades ao roteiro, pois, mesmo não sendo a actividade do parceiro o seu ramo de actividade específico - área da saúde - acabam por encontrar formas de participação adequadas (exemplo: distribuição de informação e divulgação no âmbito do roteiro. Importa, de facto é seu envolvimento, a sua abertura e a sua contribuição para a promoção de um ambiente promotor de saúde.
Adesão da população a este tipo de programas, com participação nas actividades desenvolvidas pelas entidades no roteiro.
Importância de se abordarem temas de saúde em diversos locais da comunidade
Troca de impressões sobre o tema, a diferentes níveis.
Metodologia de implementação
Os roteiros de saúde seguem uma metodologia de implementação que passa por diversas etapas, tais como:
· Identificação do território (critérios de escolha e tomada de decisão);
· Abordagem e envolvimento das entidades parceiras (as entidades parceiras são provenientes de diferentes settings e situam-se a diferentes níveis: desde as escolas às organizações e entidades públicas e privadas, passando pelos serviços de saúde e de acção social até às empreses públicas e privadas e órgãos de poder autárquico);
· Elaboração do diagnóstico das necessidades de saúde (com as entidades parceiras);
· Planificação do roteiro de saúde com as entidades parceiras (tipo de actividade a desenvolver pelos diferentes parceiros no âmbito do tema do roteiro: cada parceiro desenvolverá actividades de acordo com o seu área de trabalho);
· Elaboração dos instrumentos de divulgação e informação (cartazes, folhetos, brochuras);
· Avaliação do roteiro em termos de processo e resultados;
· Apresentação do relatório final.
Com os nossos melhores cumprimentos, agradecendo antecipadamente esta cooperação para a melhor divulgação desta acção, ficando desde já ao dispor,
Cristina Vaz de Almeida
Direcção de Comunicação e Imagem
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
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